A Conexão entre a Guerra do Yom Kippur, a Guerra dos Seis Dias e a Decisão de Nixon sobre a abolição do Lastro do Dólar no Ouro

Anônimo

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A Guerra do Yom Kippur, que ocorreu em 1973, foi um conflito significativo entre Israel e uma coalizão de estados árabes liderada pelo Egito e pela Síria. Para entender o contexto dessa guerra, é importante analisar os antecedentes que levaram a esse confronto, como a Guerra dos Seis Dias, bem como a decisão do ex-presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, de remover o lastro do dólar no ouro em 1971, uma medida que teria implicações profundas para a população norte-americana e o financiamento do conflito.

Vamos aos antecedentes.

O que foi a Guerra dos Seis Dias?

A Guerra dos Seis Dias, ocorrida em 1967, foi um evento crucial que moldou o cenário geopolítico do Oriente Médio.

A guerra foi lançada pelo estado de Israel em 23 de maio de 1967. Na noite do primeiro dia de guerra, metade da força aérea árabe fora destruída; na noite do sexto dia, os exércitos egípcio, sírio e jordaniano estavam derrotados. Os tanques do exército israelense empurraram seus adversários em todas as frentes.

Em menos de uma semana, o Estado judeu triplicou seu domínio territorial: o Egito perdeu a Faixa de Gaza e a Península do Sinai; a Síria foi amputada das colinas de Golã, e a Jordânia perdeu a Cisjordânia e Jerusalém Oriental, destacando-se o significado simbólico da captura da Cidade Velha de Jerusalém. Essas conquistas não apenas aumentaram o território de Israel, mas também exacerbaram as tensões com os estados árabes vizinhos, que viam a perda dessas áreas como uma afronta à sua soberania e dignidade.

Este foi o cenário que levou a uma corrida armamentista no Oriente Médio até a Guerra do Yom Kippur, que aconteceu 6 anos depois, em 1973.

Israel já havia demonstrado sua capacidade militar durante a Guerra dos Seis Dias em 1967, quando derrotou rapidamente uma coalizão de estados árabes e conquistou territórios significativos.

O Lobby do AIPAC

Com isso, o serviço de inteligência de Israel procurou lançar um lobby pró-Israel nos Estados Unidos, usando grupos como o AIPAC (American Israel Public Affairs Committee), para pressionar o governo americano a começar a fornecer assistência a Israel e em troca, exercer influência geo-política na região.

A pressão da política interna dos EUA, combinada com a necessidade de manter um aliado estratégico no Oriente Médio, levou o governo dos Estados Unidos a agir rapidamente em defesa do estado sionista.

Essa demonstração de força militar e lobby israelense, fez dos Estados Unidos um aliado de Israel na região, já que os EUA estava buscando expandir a sua esfera de poder e influência em plena guerra-fria.

O Choque Nixon

Enquanto isso, a economia dos Estados Unidos enfrentava desafios consideráveis, incluindo os custos crescentes da Guerra do Vietnã e a necessidade de financiar programas sociais internos.

A demanda por dólares estava aumentando, e as reservas de ouro dos EUA estavam diminuindo. Em resposta a essas pressões econômicas, o presidente Richard Nixon tomou uma decisão histórica em 15 de agosto de 1971, conhecida como “Nixon Shock”: ele anunciou o fim do padrão dólar-ouro. Essa medida permitiu que os Estados Unidos imprimissem dólares sem a necessidade de manter reservas de ouro, conferindo ao governo americano maior flexibilidade infinita para financiar seus gastos.

A relação do Choque Nixon com a Guerra do Yom Kippur

Presidente Nixon, Henry Kissinger e a primeira-ministra israelense Golda Meir, reunidos no Salão Oval em 1973.

A decisão de Nixon teve implicações significativas para o conflito no Oriente Médio. Com a capacidade de emitir dólares infinitamente, os Estados Unidos puderam fornecer assistência financeira e militar a seus aliados estratégicos, incluindo aí, principalmente o estado de Israel.

Durante a Guerra do Yom Kippur, essa capacidade de emissão de dólares foi direcionada a Israel, permitindo que o país recebesse cerca de 2,2 bilhões de dólares em ajuda, uma quantia que, ajustada pela inflação, equivaleria a aproximadamente 15,4 bilhões de dólares nos dias de hoje.

O que foi a Guerra do Yom Kippur?

No início da década de 1970, o cenário político no Egito passou por uma mudança significativa com a morte do presidente Gamal Abdel Nasser e a ascensão de Anwar Sadat ao poder. Sadat tinha um objetivo claro: recuperar a Península do Sinai e restaurar o orgulho nacional egípcio.

Em fevereiro de 1971, Sadat tentou negociar a retirada israelense do Sinai por meio de canais diplomáticos, mas essas tentativas fracassaram, aumentando a frustração e a determinação do Egito em buscar uma solução militar. E é bem neste cenário aonde o Egito resolve fazer uma corrida armamentista para uma possível investida militar contra o estado de Israel, que ocorre o Choque Nixon, assinado em agosto de 1971.

A Guerra do Yom Kippur começou em 6 de outubro de 1973, quando o Egito e a Síria lançaram um ataque surpresa contra Israel durante o feriado judaico de Yom Kippur. Esse ataque foi cuidadosamente planejado e executado, aproveitando o momento em que muitos soldados israelenses estavam em licença para celebrar o feriado. A ofensiva inicial pegou Israel de surpresa, mas o país, que estava recebendo bilhões de dólares de apoio dos Estados Unidos, rapidamente mobilizou suas reservas militares e organizou uma contraofensiva eficaz.

Ao longo das semanas seguintes, as forças israelenses conseguiram virar a maré da guerra, avançando nas frentes egípcia e síria. A guerra teve um impacto profundo na região e nas relações internacionais, levando à Crise do Petróleo de 1973, que afetou a economia do mundo inteiro.

A Crise do Petróleo de 1973 foi um evento significativo que começou em outubro de 1973, quando os membros da Organização dos Países Árabes Exportadores de Petróleo (OPAEP) proclamaram um embargo petrolífero. Este embargo foi direcionado às nações que eram vistas como apoiadoras de Israel durante a Guerra do Yom Kippur, incluindo Canadá, Japão, Holanda, Reino Unido e Estados Unidos.

O embargo causou um aumento drástico no preço do petróleo, que subiu de 3 dólares por barril para cerca de 12 dólares no mundo inteiro. Nos Estados Unidos, os preços foram ainda mais altos. A crise teve um impacto significativo na política e economia global, levando a mudanças nas políticas energéticas de vários países para evitar futura dependência do petróleo árabe.

Conclusão

A intervenção dos Estados Unidos, possibilitada pela decisão de Nixon de remover o lastro do dólar no ouro, desempenhou um papel crucial na assistência a Israel durante o conflito.

Em resumo, a Guerra do Yom Kippur e os antecedentes que levaram a esse conflito são um exemplo claro de como eventos geopolíticos e decisões econômicas estão completamente interligados.

A remoção do lastro do dólar no ouro por Nixon em 1971 não apenas destruiu a economia global, mas também teve implicações significativas para a política externa dos Estados Unidos e moldou como a nação norte-americana presta um apoio quase que incondicional ao estado de Israel.

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